quarta-feira, 2 de julho de 2008

DESABAFO

Nem faz tanto tempo assim, mas a sua voz já não me é mais familiar.
Esqueci do seu jeito, não lembro do seu rosto. Me lembro apenas da sua boca. Dos seus lábios, mas não do seu sorriso.
As vezes me pego chorando baixinho, pensando em pequenas coincidências, sentindo flashbacks passageiros, mas que dizem muito.
estou aliviada.
Já não abro mais os olhos por ti toda manhã. Mas, ainda faz parte de mim. Mais uma vez, as pequenas coincidências.
Tenho um certo medo, ou melhor, uma grande ansiedade, para que possa me entregar novamente. Será que um dia chegarei a amar outro alguém assim como amei você?
Amar cada detalhe do corpo teu. Cada defeito, cada cheiro. Já tive nojo de ti, sabias? Já escovei os dentes após beijar-te e ontem estava implorando por um beijo teu. Hoje, já não o quero mais. Ou, lá no âmago, talvez eu queira, não o beijo, mas uma realidade que não há. Nem deve haver.
Que o tempo seja perpétuo. Que nossa distância seja dura. Que meus suspiros sejam suaves. Que tua ausência seja um alívio. E, se um dia nos reencontrarmos que não seja mais especial.
Seremos estranhos, um ao outro. Até nascer uma amizade.

Um comentário:

underfixerr disse...

Este texto faz pensar bastante. Acredito que muitos de nós talvez já tenham passado por isso algum dia. Ou irão passar.

Muito bom, parabéns.